Após ficar dois anos fora da sala de aula, (quando peguei licença sem vencimento), retorno para a mesma com a ideia e o respeito que sempre tive e tenho sobre o conceito de movimento humano, em especial o movimento na Educação Infantil, por ser este o início de todo o processo de desenvolvimento humano.
Sabemos que sem movimento não há desenvolvimento e nem pensamento. Motricidade sem cognitividade é possível, mas, cognitividade sem motricidade não o é.
O movimento é parte integrante da vida humana. As crianças desde o seu nascimento movimentam-se e este vai se aprimorando a cada dia por intermédio das experiências como, por exemplo: correr, saltar, manusear objetos, etc. O movimento humano não se resume apenas em um deslocamento e sim uma forma de linguagem corporal em que expressamos nossos sentimentos, emoções e pensamentos. O modo como se processa o movimento é o resultado da interação do homem com o meio, interações sociais e através do tipo de movimento é expresso as necessidades, interesses entre outros.
“PIAGET destaca a importância da motricidade na formação da imagem mental”.
Segundo a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (2000), a psicomotricidade “é a ciência que estuda o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo e de suas possibilidades de perceber, atuar e agir um com o outro, com os objetos e consigo mesmo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas.
A psicomotricidade evoluiu muito e hoje existem várias definições. Teve como trajetória, o estudo basicamente teórico para depois chegar ao estudo prático. Hoje há um equilíbrio bastante significativo entre a teoria e a prática. Essa caminhada iniciou-se com os estudos no desenvolvimento motor da criança, depois foi para o atraso do desenvolvimento motor até chegar ao atraso intelectual da criança.
O movimento na perspectiva de WALLON compreende dois aspectos elementares do comportamento: a previsão e a execução.
Perceber o seu desenvolvimento maturacional, foi uma das conquistas da psicomotricidade, até chegar à posição atual, como relata BUENO (1998), “ultrapassar os problemas motores e trabalhar também a relação entre o gesto a afetividade e a qualidade de comunicação por indivíduos dos mesmos”.
Na Educação Infantil, a criança busca experiências em seu próprio corpo, formando conceitos e organizando o esquema corporal. A abordagem da Psicomotricidade irá permitir a compreensão da forma como a criança toma consciência do seu corpo e das possibilidades de se expressar por meio desse corpo, localizando-se no tempo e no espaço. O movimento humano é construído em função de um objetivo. A partir de uma intenção como expressividade íntima, o movimento transforma-se em comportamento significante. É necessário que toda criança passe por todas as etapas em seu desenvolvimento.
(...) Wallon lança-nos um desafio quando afirma que “um dos grandes passos a ser realizado pela sociedade é aquele que deve unir o orgânico ao psíquico, o corpo a alma, o individuo ao seu grupo sociocultural.
Ela acreditava em anjo e, porque acreditava, eles existiam. (Clarice Lispector)
Professora: Andréia Ferreira
Graduação: Pedagogia e Educação Física
Especialização: Educação Infantil e Séries Iniciais
Especialização: Psicomotricidade