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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

7ª série da Escola Vidal Ferreira lança livro sobre os indígenas

No dia 5 de agosto de 2010 ocorreu o lançamento do livro “NATIVO, Visão Antropológica dos Alunos da 7ª série”. Este livro foi criado ao longo do 2º bimestre de 2009 e no 1º bimestre de 2010. Conta à história de vários povos indígenas do Brasil, de Santa Catarina e, especificamente, do Vale do Itajaí. A suposta teoria da vinda deles, a chegada dos imigrantes, os bugreiros e os bandeirantes.

Tivemos como convidados o coordenador do “Programa de revitalização da língua Laklânô/Xokleng”, Prof. Dr. Ernesto Jacob Keim, pais de alunos, toda a equipe de orientação e professores da nossa E.E.B.M.”Profº Vidal Ferreira” e a Adriana, do Jornal de Pomerode. Desde já, agradecemos por terem vindo.

O lançamento do livro foi feito no galpão da escola, começando às 9h e 30 min, com a fala do professor coordenador do livro João Altaíres Soares dos Santos. Após a explicação do professor João, as alunas Laíssa Weiss e Camila Haika Zumach, representantes da turma da 7ª série, fizeram uma apresentação em slides para todos.

Depois de terminada a apresentação da turma, o professor Dr. Ernesto Jacob nos explicou como é o seu trabalho com os indígenas. Ele nos contou o que é treinar, ensinar e educar. Treinar um ser humano é como treinar um cachorro “dá a patinha”, etc. Ensinar é quando se tem uma matéria a ser dada aos alunos e Educar é quando você ensina algum assunto de diversas maneiras.

O professor Dr. Jacob também nos descreveu o ser humano e o indígena:

O ser humano é praticamente sentido e racionalização, enquanto os povos indígenas são sentimento e sensibilidade. Trouxe também fotos de onde os indígenas viviam e contou sobre a história deles, quando uma pessoa morria no povo, eles queimavam os corpos. Se a fumaça fosse aos lados, eles agradeciam, pois a alma da pessoa ficava na mata. Se a fumaça subia, eles choravam, pois a alma da pessoa ia embora e não estava mais entre eles.

Curiosidade: um povo do Brasil, chamado Ticuna, não sabia somar, enquanto a divisão era a mais fácil, alem deles não representarem o número zero. Isso tudo porque eles são um povo que divide o que tem com o próximo, e não pensam em ficar só para si tudo o que tem. Eles não representam o zero, pois acham que não tem sentido representar algo que não existe.

Fiz também algumas perguntas ao professor Dr. Ernesto Jacob:
JPescola: Como começou seu trabalho com os indígenas?
Professor Dr. Jacob: “Eu nasci em Petrópolis, no Rio de Janeiro e sempre tive uma preocupação muito grande com os “excluídos”, trabalho com os indígenas desde 1972”

JPescola: em sua opinião, como ficou o nosso trabalho?
Professor Dr. Jacob: “quando o professor João começou o trabalho, vocês aprenderam de uma maneira exemplar, indo a museus, lendo jornais, revistas, e tudo isso resultou num livro, que guardarei com muito carinho, gostei muito do trabalho de vocês”.

JPescola: em sua opinião, qual a importância deste livro para a comunidade?
Professor Dr. Jacob: “a grande importância é para vocês se tornarem mais humanos, aprender e entender o ser humano, dizer quem vocês são sem ter medo”.

JPescola: Quem foi a pessoa que mais o incentivou a trabalhar a questão dos “excluídos”?
Professor Dr. Jacob: “o meu maior incentivo foi minha mãe, com ela aprendi a valorizar a todos, até mesmo os “excluídos”, como os indígenas”.

JPescola: Obrigada Professor Jacob
Jornalista Mirim: Laíssa Weiss